Endometriose – Pouco conhecida e com alta incidência, conheça seus principais sintomas e formas de tratamento
A endometriose, muito mencionada por médicos e pacientes, é uma doença feminina bastante comum mas pouco conhecida. Ela está relacionada ao ciclo menstrual e em média atinge 50% das mulheres em idade fértil, ocorrendo com mais frequência a partir dos 35 anos, embora, em alguns casos,possa se manifestar na adolescência. Trata-se de uma doença silenciosa, pois não apresenta sintomas imediatos.
Ela afeta cerca de 176 milhões de mulheres no mundo todo e 6 milhões apenas no Brasil.O principal sintoma são as cólicas menstruais intensas que, normalmente, são mascaradas com a automedicação.
O diagnóstico não é fácil. Apesar do mal-estar frequente, muitas vezes as mulheres demoram para procurar um médico, como foi o caso de Elaine de Carvalho Costa, diagnosticada com endometriose em 2011, quando tinha 30 anos de idade.Elaine conta o quanto foi difícil identificar os sintomas e ressalta a importância de consultar o médico no momento certo. Ela descobriu o problema depois de realizar vários exames específicos com o acompanhamento de um ginecologista, que indicou o tratamento adequado.
A Dra. Maria Teresa Natel, ginecologista e chefe do setor de ultrassonografia do laboratório CDB, em São Paulo,explica que a endometriose pode ser classificada de várias formas. Quanto aos locais da doença, ela pode ser superficial, quando afeta apenas a membrana que recobre os órgãos abdominais, ovariana, ao atingir os ovários, profunda ou extra-pélvica. Com relação à severidade e extensão das lesões, a endometriose varia de mínima (grau I) a severa (grau IV).
Segundo a médica, a mulher que sente cólicas intensas no período menstrual, dores na região inferior do abdômen ou durante a relação sexual ou tem dificuldades para engravidar, deve ficar atenta. Ela também alerta que o tratamento vai depender muito do desejo da paciente em ser mãe, da extensão da doença e, naturalmente, da idade da pessoa.
Flavia Oliveira, enfermeira obstetra do Hospital Family, de Taboão da Serra, próximo a São Paulo,lembra que também é muito importante o entendimento e apoio da família, principalmente nos casos em que a paciente descobre a infertilidade em idade reprodutiva. “O acompanhamento profissional é de extrema importância”, ela acrescenta.
Reportagem Fernanda Oliveira e Tais Carvalho